As Pombas Giras não são meramente espíritos de mulheres “mundanas”, como o preconceito popular tentou enquadrá-las por séculos, muito menos alguma entidade do “mal” ou “inferior”. Elas são forças espirituais da linhagem de esquerda, expressão que na Umbanda e na Quimbanda, se referem às moças que direcionam os caminhos do enfrentamento, do corte, da sombra, da libertação e da própria potência sagrada, selvagem e divina. Elas atuam ao lado de Exus, como guardiãs de caminhos e portais, mas não são esposas, nem submissas a eles. São complementares e independentes. Muitas foram grandes feiticeiras, ciganas, sacerdotisas, rainhas, mulheres marcadas pela dor, pela paixão e pela rejeição, mas que transmutaram isso em poder, e retornam para auxiliar outras mulheres (e homens também!) a atravessarem seus próprios infernos internos.
Elas atuam ao lado de Exus como guardiãs de caminhos e portais, mas não são esposas nem submissas a eles, são complementares e independentes. Enquanto Exu abre os caminhos, é Pomba Gira que guia e nos dá a direção.
No plano simbólico e arquetípico, a Pomba Gira é a face da mulher inteira: aquela que conhece a luz, mas também desce à escuridão. Ela é Lilith, a primeira mulher que se recusou a se curvar. É Maria Madalena, sensual e sábia. É Iansã, que dança com os ventos e resgata as almas. É Kali, a deusa da transformação que destrói ilusões para revelar a essência…
Linhas e Falanges
Existem várias falanges (ou linhas de atuação) das Pombas Giras, e cada uma trabalha com uma vibração específica:
Maria Padilha: Rainha das encruzilhadas e da calunga, senhora dos segredos e da magia amorosa. Sua força atua no empoderamento, na sedução e no direcionamento da vida. O amor que ela desperta não se limita ao “outro”, mas nasce no reencontro consigo mesma. É o amor próprio que, uma vez fortalecido, reverbera em todas as áreas da existência. Quando há apegos, desilusões, mágoas ou padrões repetidos de relacionamentos (muitas vezes enraizados no inconsciente ou em memórias de outras vidas) Maria Padilha das Almas pode se manifestar como guia. Ela auxilia no resgate da luz interior, na integração da sombra e no fortalecimento da alma, tendo como ponto de força a calunga, onde atua como senhora das almas e guardiã da transformação.
Pomba Gira Cigana: Guardiã dos oráculos, dos encantamentos e da força nômade da alma, desperta a sabedoria ancestral que habita em cada jornada. Sua presença dissolve estados de tristeza e depressão, reacendendo o brilho interior e a leveza de dançar com a vida. Além disso, atua na abertura dos caminhos de prosperidade, trazendo movimento, abundância e novas possibilidades para quem busca se reconectar com sua própria liberdade.
Pomba Gira Menina: Sua falange traz a leveza, a dança e o poder de resgatar a criança ferida e transformá-la em alegria e potência. (Lembrando que aprofundar na criança ferida que há dentro é um trabalho de autoconhecimento profundo e sensível, pois durante o caminho podem emergir sentimentos e emoções que estavam enraizados, precisando de acolhimento e firmeza para as iluminar.) Pomba Gira Menina gargalha e vem atuando no que trás novamente alegria à nossa alma, e responsabilidade perante nosso crescimento pessoal, emocional, intelectual, profissional, e principalmente, espiritual. Ela nos facilita a humildade, resgata em nós a pureza de aprendiz, torna mais profundo o acesso ao inconsciente, e orienta nossos caminhos firmando nosso caminhar.
Pomba Gira Maria Navalha: É guardiã da força, coragem, justiça, e da firmeza que corta as ilusões com sua lâmina afiada. Ela representa o feminino que não teme enfrentar as sombras, que rasga os véus da ilusão e revela o que precisa ser visto, mesmo que doa. Sua presença lembra que amor próprio também é dizer “não”, também é impor limites, também é saber se defender.
Em algumas linhas, Maria Navalha atua em sintonia com a energia dos malandros, equilibrando a malícia da vida com a sabedoria de quem enxerga além das aparências. Junto a eles, ensina a viver com astúcia, leveza e jogo de cintura, mas sem perder a integridade do próprio coração.
Essa Pomba Gira não é apenas a que corta, mas também a que liberta. Ela nos convida a deixar para trás os laços que nos aprisionam, os padrões que nos sufocam, e nos inspira a andar de cabeça erguida, com dignidade e firmeza, sem abrir mão da nossa essência e alegria de viver. Sua lâmina também atua no corte de trabalhos de magia negativada, como amarrações ou práticas que interfiram no livre-arbítrio de outro ser, devolvendo cada um ao seu caminho com justiça e equilíbrio.
Pomba Gira Rosa Caveira: Guardiã dos portais da morte, da ancestralidade feminina e dos mistérios da transmutação. Trabalha em processos de cura profunda, auxiliando no corte de laços energéticos nocivos, na libertação de traumas e abusos e na dissolução de dores enraizadas no corpo e no espírito.
Sua força está ligada ao renascimento, conduzindo quem a busca para atravessar as próprias sombras, para então, florescer em nova consciência.
Carrega consigo a energia da rosa, que simboliza amor, delicadeza e renascimento, e da caveira, que simboliza a morte, o fim de ciclos e a libertação do que já não serve.
Ela é uma guia que chama à verdade sem máscaras, ajudando na reconstrução da autoestima, no fortalecimento espiritual e na conexão com a sabedoria das ancestrais.
Pomba Gira Maria Mulambo: O nome “mulambo”, ligado ao que é rejeitado e sem valor, ganha novo sentido em Maria Mulambo. Guardiã potente das Encruzilhadas e transformações, ela mostra que dos restos e das dores pode nascer a mais profunda alquimia da alma.
Acolhe os que chegam em ruínas, levanta, restaura e ensina que sempre é possível se reconstruir e reencontrar a própria luz. Sua força transmuta sofrimentos em sabedoria e também auxilia no cuidado com os resquícios energéticos, inclusive de magias já encerradas, fechando portais e direcionando os resíduos sutis para que não permaneçam em nosso campo. Assim, devolve equilíbrio, coragem e a chance de seguir mais leves pelo caminho.
Maria Mulambo é expressão do feminino primordial: livre, corajoso e destemido, capaz de enxergar valor onde antes só havia desprezo e ‘lixo’. Conectar-se a ela é descobrir que até nos “mulambos” habita uma semente de poder e beleza.
Essas foram apenas alguns exemplos para elucidar esse caminhar, de tantaaaas que nos guiam por aí, e cada uma dessas falanges pode se manifestar de forma única em cada médium ou filho de fé, respeitando a missão e o tempo espiritual de cada ser.
Atuação Espiritual
A atuação de uma Pomba Gira vai muito além de “ajudar no amor”. Ela desprograma o medo de sentir prazer, liberta a vergonha do corpo, acolhe dores e feridas da alma, fortalece a autoestima, rompe amarras emocionais e protege contra ataques energéticos. Ela conhece os becos da alma e caminha com firmeza nos campos onde ninguém mais ousa entrar, com sua potência e sua ousadia feminina, munida da sutileza de intermediar tanto pelo plano divino quanto ao submundo das sombras, em busca de nossos próprios fragmentos, caminhando rumo ao seu próprio processo evolutivo, e nos auxiliando e sustentando, com mais verdade, conexão e coragem, nossos próprios passos aqui na matéria, em compaixão também ao nosso próprio processo evolutivo/ despertar de Samsara.
Ela é uma terapeuta ancestral que se comunica pelo sutil; no sopro dos ventos, em uma dança para si que te trás novamente a alegria de viver, no escorrer ou na chama da vela que revela insights e acolhe o coração, nos oráculos e oferendas em forma de conexão, agradecimentos e auxílios, e principalmente, nos terreiros e casas de Axé que em sua maioria ancoram essa energia de forma ainda mais firmada e potente auxiliando ainda mais pessoas em suas questões com assertividade e maestria espiritual.
Onde houver repressão, vergonha ou mentira, ela entra com seu riso, seu espelho e seu cigarro aceso, dizendo:
“Você tem coragem de se olhar agora ou vai se esconder apenas em sua luz?”
Caminhar ao lado delas requer coragem e fé, mas quem sente seu chamado, mesmo sem recordar, sabe bem o caminho que deve trilhar… Honre a si mesma e seu próprio caminhar, saiba que lapidando a si terá muito o que compartilhar!
Culto, Firmeza e Ritualística
Formas e elementos para se conectar com as Pombas Giras
✨ Velas (vermelha, rosa, bicolor como vermelho e branco, vermelho e preto, pretas, entre outras…) – Cada cor manifesta uma força específica. A vela é, antes de tudo, um canal de luz que firma a presença da entidade, ativa pedidos e sustenta o campo espiritual. Mais do que um simples objeto, ela é um elo entre mundos, um fogo que desperta a fé e a confiança na própria magia. Ao acendê-la, permita que sua chama também acenda a sua sabedoria interior, fortalecendo a maestria que já habita em você. Assim, cada ritual se torna não apenas um pedido de conexão às forças espirituais, mas também um reencontro com sua própria verdade e consciência.
✨ Espelho – Instrumento de autoconhecimento e de verdade, o espelho é usado como portal para enxergar além das aparências. Ele convida a olhar para si mesma sem máscaras, a reconhecer o feminino sagrado e a refletir a força da Pomba gira que habita em você.
✨ Elementos (como rosa vermelha, água com mel, vinho, perfumes, flores, moedas, pentes, leque…) – Os elementos podem ser oferecidos de forma tradicional ou escolhidos pela intuição, já que muitas vezes a própria entidade inspira o que deseja receber. Algumas pedem também oráculos, fortalecendo ainda mais o elo de confiança e comunicação com seus médiuns. (A rosa abre o coração e desperta o amor; o mel adoça os caminhos; o vinho ativa a celebração e a entrega; os perfumes e flores elevam a vibração da beleza; moedas representam abundância e prosperidade; pentes e leques revelam feminilidade, vaidade e poder de atração.
✨ Pontos cantados ou sons de conexão – Seja no toque do atabaque, na força dos pontos ou em músicas de conexão, o som é ponte de invocação. Ele vibra as energias, abre portais, desperta memórias e convida a presença da Pomba gira ao campo espiritual e à vida da pessoa que a chama.
✨ Banhos, vaporização, escalda pés (com rosas, lavanda, anis, canela, mel, hibisco…) – Cada elemento traz uma medicina sutil, em banhos pode ser usado apenas um, ou de preferência, pela potência energética, o recomendado é que se use até 3 ou 4 ervas ou flores diferentes, exceto casos específicos, que o uso de várias ervas se torna mais seguro ao campo caso seja seus primeiros contatos com a medicina das plantas. (A rosa suaviza dores emocionais e fortalece o poder pessoal, e dependendo das cores, seja amarela, rosa, branca, pêssego ou a vermelha, cada uma tem um direcionamento específico; o anis desperta claridade e intuição; a canela aquece o fogo interno e movimenta a energia vital; o mel adoça caminhos; o hibisco fortalece o feminino e limpa memórias de dor guardadas no ventre). Esses banhos não apenas harmonizam o coração e conectam a energia da espiritualidade divina, como também direcionam de forma sútil ao equilíbrio e à reconexão com a própria essência e potência pessoal .
✨Dança pélvica, rebolado, reconexão pelo movimento dos quadris – Movimento ancestral que reconecta com a raiz do corpo e da alma. Ao liberar memórias guardadas no ventre e/ou região do chakra sexual, desperta a energia criativa, acolhe e liberta as dores de feridas silenciosas, e acende a chama da sensualidade e da espiritualidade feminina. É um convite a habitar o próprio corpo com presença, entrega e prazer, permitindo que a energia vital flua com mais liberdade dentro e fora de você.
Elas se conectam com beleza de alma, coração sincero e intenções genuínas. Ofertas e gestos não têm força se não vêm acompanhados de honestidade emocional e verdade vibracional, pois elas percebem o que há no íntimo. Se aproximam de quem age com transparência e integridade, e tendem a se afastar de energias marcadas por manipulação ou falsidade, valorizando sempre a autenticidade e a presença verdadeira.
Conectar-se com uma Pomba Gira requer respeito, humildade e entrega. E o mais importante: saber que, ao evocá-la, você também está chamando partes de si que estavam dormindo e entravam em erupção apenas em momentos extremos. Hoje, com consciência e responsabilidade com seu próprio processo, você tem a possibilidade de se conectar ao sútil com o auxílio da luz que Pomba gira ancora com sua presença, te fazendo enxergar suas sombras, e as sombras externas com mais facilidade, mas firmando seu caminhar com ainda mais sabedoria, maestria e resiliência, confiando em quem te guia, e em você.
Sombra Feminina e Libertação
O que foi negado à mulher por séculos (prazer, voz, raiva, independência, desejo, autonomia sobre o próprio corpo e sobre as próprias decisões…) permanece na sombra do feminino. Essa sombra carrega medos, traumas, dores, bloqueios, e o peso de padrões que tentaram aprisionar a essência feminina por gerações. A Pomba Gira surge para iluminar essas áreas, trazendo consciência e ajudando a resgatar o poder perdido, principalmente após alguma dor profunda ou ciclos de crise.
Ela nos ensina a:
🌹 Dizer não sem culpa, reconhecendo que nossos limites são sagrados;
🌹 Dizer sim com presença, escolhendo com autenticidade aquilo que realmente nos nutre;
🌹 Habitar o corpo com amor, honra e atenção, celebrando cada curva, cada emoção, cada impulso;
🌹 Encantar sem precisar agradar, permitindo-se ser desejada sem abrir mão da própria vontade;
🌹 Viver a vida plenamente, com prazer, coragem e intuição, sem pedir desculpas por existir;
🌹 Romper com papéis de submissão, competitividade feminina imposta ou padrões de perfeição ditados pelo patriarcado;
🌹 Reconhecer e canalizar a raiva, a indignação e a paixão como forças criativas, não destrutivas;
🌹 Integrar feridas antigas, como experiências de abuso, silenciamento ou repressão sexual, transformando dor em sabedoria e potência;
🌹 Honrar a própria sexualidade como expressão de poder, prazer e autonomia;
🌹 Conectar-se com a intuição, a sensualidade e a espiritualidade como caminhos de libertação profunda.
A Pomba Gira é o feminino sem algemas, dança no fogo da vida, seduz a própria sombra, transforma cicatrizes em joias e renasce das cinzas. Muitas mulheres só percebem sua força despertar após confrontarem traumas, rejeições ou repressões. É nesse momento que ela sopra dizendo: “Chegou a hora de lembrar quem você é, reivindicar seu poder, honrar sua própria essência e viver sem medo de ser inteira e livre, respeitando a si e aos demais, mas sem precisar se explicar ou se culpar por ser você!”
Mediunidade, Corpo e Incorporação
As Pombas Giras atuam nos corpos sutís, nos sonhos, nos ciclos menstruais, na libido, nas intuições…
Nem toda mulher/ homem que sente sua presença precisa ser médium de incorporação, mas toda(o)s podem acessar essa sabedoria. Se houver mediunidade ativa, a manifestação das entidades ou energias espirituais costuma ser firme, elegante e intensa. Quem já vivenciou percebe imediatamente: os olhos mudam, a vibração do ambiente se transforma, e há uma presença que se faz sentir de forma inconfundível.
No entanto, se a mediunidade ainda está em desenvolvimento, as manifestações podem surgir de formas mais sutis: através de sonhos, sinais nos espelhos, intuições, sensações no corpo, especialmente no útero, garganta e peito.
É fundamental compreender que, ao iniciar o processo de conexão, não é necessário nem seguro forçar a incorporação. Se você ainda não tiver experiência, estar em um ambiente protegido e contar com uma guiança confiável é essencial. Experiências de abertura intensa sem preparo podem ser desconfortáveis ou até perigosas.
O caminho mais seguro e poderoso é construir a conexão consigo mesmo primeiro: observar os sinais, perceber as energias sutis, desenvolver presença e intuição. Aos poucos, você aprende a conhecer essa potência sem precisar incorporá-la. Existem muitas formas de se conectar e auxiliar com essa energia, sem precisar se expor a situações que não estão preparadas, ou que não possam a acolher ou respeitar sua entidade.
A incorporação, quando vier, deve ser natural e respeitar seu tempo, pois é apenas uma das muitas formas de canalizar, receber e trabalhar com essa potência espiritual. O importante é honrar seu ritmo, reconhecer seus limites e permitir que a conexão se fortaleça com segurança e consciência.
Estar consciente no despertar da mediunidade é fundamental, especialmente quando se trata da força das Pombas Giras. Quando a sensibilidade se abre sem preparo, a energia recebida pode ser densa e gerar processos difíceis no campo do médium. Por isso, o caminho deve ser trilhado aos poucos, com paciência, sempre fortalecendo primeiro a presença, a intuição e o autocuidado.
Conversar com pessoas experientes pode trazer direção e acolhimento, mas é a dedicação pessoal que firma a conexão de verdade. A mediunidade não precisa ser forçada, ela floresce naturalmente quando há consciência, respeito e entrega. Esse processo é um degrau de cada vez, e quanto mais sólida for a base, mais clara e segura será a manifestação espiritual.
Para aprofundar essa conexão espiritual há algumas práticas que podem elucidar esse caminhar:
✨Firmezas e rituais (principalmente em noites de sexta-feira ou Lua cheia): São momentos especiais para elevar a energia, fortalecer a presença espiritual e aprofundar a conexão com o feminino sagrado. Criar um altar ajuda a concentrar a intenção e firmar a energia; ele pode conter velas, flores/ ervas, cristais, imagens, símbolos ou objetos que representem a energia com que você deseja se conectar. Durante esses rituais, acenda as velas, ofereça flores ou pequenas oferendas, faça preces ou orações, e dedique alguns minutos à conexão sútil, à respiração consciente, e se sentir, à escrita de intenções ou agradecimentos. Esse espaço se torna um ponto de ancoragem para sua prática, lembrando seu compromisso com a conexão e a presença espiritual.
✨Banhos, vaporizações e purificações: usar flores, ervas ou unguentos consagrados com intenção de conexão promovem de forma mais fluida a elevação, proteção e limpeza do campo vibracional. Elas podem ser em forma de banho, vaporizações de útero ou escalda pés.
✨Orações e preces: pedir proteção, guiança e direcionamento às entidades também fortalece esse respeito e abertura segura para ir se conectando aos poucos a essa energia e sentindo a firmeza de sua sustentação e direcionamento.
✨Estudos guiados e práticas de aprendizado: leituras, meditações e exercícios energéticos que permitam compreender melhor a mediunidade e seus sinais, sempre com atenção à própria segurança e discernimento. Lembrando que a prática alinhada a teoria é o que garante realmente essa lapidação e conexão energética/espiritual.
✨ Oferendas e entregas conscientes:
As oferendas simbólicas podem incluir elementos como rosas, flores, água com mel, vinho, ervas, frutas, alimentos (como farofa ou pimentas) ou pequenos objetos (a intuição vai se refinando e aos poucos você vai sentindo o que colocar), sempre entregues com intenção, respeito e alinhamento à energia da entidade ou arquétipo. Elas representam celebração, gratidão e reconhecimento da presença espiritual, fortalecendo a conexão de forma consciente.
As entregas são mais profundas, focadas em colocar processos, dores ou desafios para transformação. Geralmente não envolvem consumo, e muitas vezes são feitas em pontos de força específicos, sendo recomendado receber orientação de alguém experiente. Ao finalizar a entrega, especialmente quando houver velas, vidro ou plásticos, é importante realizar a limpeza dos elementos utilizados; materiais orgânicos podem ser devolvidos à terra como alimento ou adubo, enquanto restos de velas, plásticos ou outros objetos devem ser descartados com cuidado no lixo ou pontos de coleta específicos para vidro. Pedindo que Maria Mulambo ou a energia guia responsável direcione adequadamente todos os resquícios energéticos da entrega, agradecendo pela proteção, guarnição, cuidado e equilíbrio. Mesmo sem essa instrução, é possível se conectar no próprio espaço, oferecendo intenções, flores, velas ou pequenos símbolos, fortalecendo a prática com segurança e presença. Dessa forma, oferenda e entrega se complementam: uma celebra, agradece e partilha, a outra libera, orienta e transforma, mantendo a conexão viva, protegida e nutrida.
✨ Anotações de conexão: registrar experiências, sinais, intuições ou mensagens recebidas ajuda a lembrar, fortalecer e integrar a conexão ao longo do tempo. Pode ser num diário, escrever como cartas, mandalas, símbolos ou palavras que evocam a energia que você está cultivando dentro e fora de você.
✨Presença e meditação: Fortalecer a consciência corporal e energética é essencial para desenvolver a sensibilidade e a conexão com o universo. Observe sinais sutis no corpo, respiração, sensações e intuições, e abra espaço para perceber mensagens que chegam de forma discreta.
Você pode se conectar com elementos da natureza, permitindo que sejam um canal de energia e comunicação. Troque sinais sutis com o universo: por exemplo, firme intenções para enxergar o que antes não conseguia, ou para ouvir o que precisa saber, mesmo sem que esteja presente em determinada situação. Aos poucos, você percebe que a energia responde de forma sutil, oferecendo direcionamentos, confirmações ou insights que chegam de maneira clara, mas sem exigir ação direta. Afinando sua percepção e fortalecendo a intuição de forma sútil, desenvolvendo confiança na própria sensibilidade e na forma como o universo/ as entidades guiam e respondem às suas intenções.
Essas práticas ajudam a firmar a conexão de forma segura e gradual, permitindo que a presença se integre à sua vida, desenvolvendo intuição e alinhamento espiritual, sem forçar processos que exigem maturidade energética ou supervisão. Ao revisitar registros e escritas, você reforça o vínculo e mantém viva a consciência dessa energia no dia a dia.
Caminho da Rosa e do Fogo sagrado
Se você já sentiu esse chamado de Pomba-Gira, antes mesmo de conhecer seu nome ou saber que ela a guiava, saiba que não está só. Essa é uma conexão sutil, firme e amorosa, que reflete a essência do feminino sagrado e livre. Ela se faz presente tanto na polaridade feminina das mulheres quanto na dos homens, ela atua com e por nós, nós mas também está em nós!
Pomba-Gira é essa mulher corajosa que abriu mão das máscaras sociais e escolheu viver a verdade do seu coração. Ela nos inspira a buscar uma vida alinhada à nossa essência feminina, empoderada, selvagem e destemida.
Por muito tempo, o patriarcado tentou silenciar essa força. Muitas histórias de Pomba-Giras são marcadas pela dor dilacerante de seu caminhar, em seus emaranhados humanos. Ainda assim, sabendo como dói o sofrimento, elas transcenderam, desencarnaram e hoje atuam como falanges que, guiadas pela compaixão, ordem e justiça divina, acolhem nossos pés cansados de caminhar. São fonte de sustentação energética, ajudando-nos a recuperar e firmar nossa luz divina enquanto acessamos e deixamos de negar a sombra, integrando-a com o nosso ser para que elas já não possam mais nos assombrar e/ou bloquear nossa essência genuína.
Como filha de fé e guiada pela força sutil que guia, me coloco à disposição, seja por aqui, pelo Instagram ou por qualquer canal de atendimento, a quem sentir o chamado para aprofundar essa sabedoria.
Esse tema tem sido cultivado há algum tempo, mas precisei de um período de práticas e estudos para poder sintetizá-lo e o compartilhar por aqui.
🦋 Um livro que recomendo para quem deseja se conectar mais profundamente com essa energia é Pomba Gira: A Deusa, Mulher Igual Você, de Alexandre Cumino.
Conectar-se com a energia de Pomba-Gira é, acima de tudo, reconectar-se com o feminino primordial que habita em nós, com o mistério da nossa singularidade e o poder da nossa própria potência, em equilíbrio ao auxílio que guia o feminino sutil em sua inteireza. ✨❤️🔥🌹








