Reflexões sobre o Sol em Leão, Mercúrio retrógrado e o equilíbrio entre expressão e escuta ✨🦁
Estamos em plena temporada leonina. O Sol (regente de Leão) brilha em casa. Quando isso acontece, sentimos no corpo e na alma a força da identidade, do entusiasmo e do desejo de expressar quem somos com mais liberdade, presença, entusiasmo e até coragem.
Mas toda luz, quando não é bem dosada, pode cegar.
E é aqui que começa essa reflexão.
O ego não é um inimigo.
Na verdade, ele é uma estrutura psíquica essencial para a construção da nossa identidade.
É ele quem nos ajuda a nomear quem somos, a reconhecer nossos desejos, a nos posicionar no mundo e a nos proteger de situações que violariam nossa integridade.
Por isso, o ego é muitíssimo necessário.
Mas quando está inflado (e não integrado), ele pode distorcer nossa percepção da realidade.
Pode nos fazer crer que estamos certos o tempo todo, nos afastar da escuta sensível e gentil, e alimentar posturas arrogantes ou prepotentes.
Ao invés de fortalecer nossa presença, o ego descompensado começa a buscar superioridade, e não verdade. Controle, e não conexão.
E é justamente aí que a temporada leonina, iluminada pelo Sol, sentida pela Lua e atravessada por Mercúrio retrógrado, nos oferece um espelho.
É tempo de reafirmar nossa luz.
Mas também de perceber onde essa luz começa a ofuscar, e não a guiar.
Onde a nossa vontade está se tornando imposição aos que não vivem sob nossa verdade. E onde o nosso brilho pode estar desconsiderando os outros ao redor.
Essa consciência é o que diferencia o brilho que inspira… do brilho que cega.
A astrologia nunca nos entrega um único ponto. O céu é movimento, nuance, um dança de trânsitos celestes. E nesse exato momento, o Sol em Leão, que (intensifica a autoestima, a criatividade e o magnetismo), está sendo atravessado por Mercúrio retrógrado (e a Lua Nova), também em Leão. Um aspecto que não bloqueia, mas reposiciona. Que não impede o brilho, mas orienta o seu foco.
Estamos sendo chamados, com delicadeza (e às vezes com desconforto), a olhar para dentro antes de querer expandir para fora. A revisar a maneira como temos nos comunicado. O quanto nossa fala expressa o coração, e o quanto, às vezes, reflete apenas nossos sentimentos, crenças e certezas enviesadas.
🦁Leão é o signo da potência solar, mas um Sol desequilibrado pode queimar.
O brilho pode virar arrogância.
A expressão vira imposição.
A verdade vira julgamento.
Por isso, mais do que nunca, este é um tempo para lembrar que toda luz precisa de consciência para não se tornar cegueira, e não fazer de nós, meros mortais, juízes fortalecidos em seus achismos. Que possamos expandir a consciência e questionar onde vale nossa voz, onde e quando devemos a direcionar, e o porquê.
Alguém vai se beneficiar? Se for sobre o outro, há outras maneiras mais gentis de dizer o que penso? Essa fala realmente representa o que penso e sinto? Eu realmente quero me expressar? Por que minha fala precisa agradar mesmo quando me fere? Eu sei quando minha voz deve ser ouvida, e quando preciso me calar? Eu confio na potência da minha fala mesmo quando a pronuncio apenas para mim?
✨ É legítimo se posicionar, querer ser visto, falar do que se acredita.
Mas a pergunta é: com que intenção?
E, sobretudo: com que presença?
É muito fácil, quando o fogo está aceso, achar que nossas verdades são universais. Que nossos argumentos são os mais certos. Que as nossas vivências bastam para concluir o mundo. E sem perceber, podemos atravessar o outro com o calor das nossas certezas.
🌟Aqui, é importante lembrar de um ponto essencial e pouco explorado nas redes: a diferença entre ética e moral.
✨A moral nasce do costume, das crenças, das experiências individuais e culturais que moldam aquilo que achamos certo ou errado. A moral pode variar ao longo do tempo, lugares, gerações ou tradições.
✨A ética, por outro lado, nos convida a pensar coletivamente. É um princípio que observa o impacto das nossas ações no outro, mesmo quando acreditamos estar fazendo “o certo” e firmando a “moral”. É o senso de empatia, quase como observar em si com que intenção nos referimos e/ou nos relacionamos com o mundo fora da nossa bolha.
Ou seja: posso estar cheio de boas intenções, mas se ignoro como minha fala/ e ou ação atravessa alguém, há algo a ser revisto internamente.
A ética é o Sol que brilha com consciência.
É o calor que aquece, sem ferir.
É a potência de um leão que sabe quando, onde e porquê precisa se posicionar e rugir, mas também sabe o momento de calar, respeitar e observar.
🌞A temporada leonina nos convida, sim, a brilhar. A se posicionar com mais confiança. A falar com mais verdade.
Mas com Mercúrio retrógrado em trânsito, com essa tríade em combustão, esse brilho precisa ser cultivado com humildade e consciência.
Não é sobre se calar.
É sobre pausar e se perguntar:
Será que estou falando para contribuir ou para vencer uma discussão? Será que estou me expressando com clareza ou apenas reagindo? Minha verdade está conectada com o coração, ou com a necessidade de provar algo?
Essas reflexões não vêm para nos podar.
Mas para nos lembrar que a nossa luz é mais potente quando nasce de um centro em paz.
Quando é sustentada de dentro, e não projetada para ser validada.
Enquanto estivermos tentando convencer o mundo de nossa luz, ou derramando nossas sombras em lugares que não conseguem nos compreender, estaremos cada vez mais ausentes de si, cansadas de lutar com os fantasmas da projeção em simbiose com as próprias vozes.
E quando não estamos inteiras dentro de si, nos faltamos, e faltamos ao outro também.
🌑O recomeço silencioso da Lua Nova
A Lua Nova em Leão, que acontece nesta semana, é mais uma oportunidade de plantar com consciência.
De redirecionar nossa energia para o que faz sentido de verdade.
De silenciar um pouco mais. Escutar um pouco mais. (Mesmo que já pareça apertada a caverna).
E reformular as formas como temos ocupado espaço, tanto no mundo, quanto dentro de nós.
Porque ser presença não é sobre negar outras certezas, e se firmar apenas nas próprias crenças.
Ser presença é estar inteira; é ouvir e refletir, mas também se olhar com verdade e questionar: como o que vem de fora tem o impacto de me atravessar? E como eu mesma me posiciono perante a mim e aos outros? Minha fala eleva ou fere? Eu acrescento nos lugares onde estou? Sou compreendida na presença e na ausência? Me permito compreender?
A presença inteira não fere, não humilha, não impõe, não força.
Ela toca, inspira, acolhe. E onde não ressoa, se recolhe. E principalmente ao observar em si os maiores vil’s dessas vozes, que esse ciclo nos conceda uma consciência maior para irradiar por dentro um posicionamento ainda mais nobre.
♌ Que este ciclo nos (re)lembre:
Brilhar é necessário.
Mas iluminar com consciência é o que nos faz verdadeiramente sábios em nossa verdade, e fiéis à nossa autenticidade.